sábado, 21 de março de 2015

SOBRE O CULTO E AS ORAÇÕES ~ PROJETO VEREDAS ANTIGAS



COMENTARIO SOBRE "O LIVRO DE ORAÇÃO COMUM" ANGLICANO

Ao ler o artigo "Por que presbiterianos deveriam ler o Livro de Oração Comum?", de John Ross (Traduzido por Eduardo Henrique Chagas - link aqui), me ocorreu o comentário abaixo.

"Agradeço pela sugestão de leitura deste artigo. Embora não acate a linha teológica do blog que o publicou (sim, eu vi....é uma tradução de >>> https://johnstuartross.wordpress.com/why-should-presbyterians-read-the-book-of-common-prayer/, mas que certamente é endossada pelo tradutor) eu o li. Gostei da riqueza das informações históricas mas confesso que não me motivou sequer à leitura do manual anglicano, menos ainda à refletir sobre a possibilidade de adotá-lo em substituição às orientações do Diretório de Culto Público de Westminster (que subscrevo). Com relação ao resumo dos "... defeitos identificados por J. Ligon Duncan ... a respeito da oração pública..." que o autor faz ("Quais são esses defeitos, ou ao menos alguns deles? Seguindo Duncan, vou listar alguns que me preocupam: o uso excessivo de clichês, de palavras e expressões favoritas; expressões que violam a gramática; desordem nos elementos de oração; detalhes demais em algumas partes, que levam a desproporção e desequilíbrio; orações longas demais ou curtas demais; dirigir-se às pessoas da Trindade com expressões inadequadamente íntimas ou sentimentais; abusar da oração para ensinar ou argumentar com a congregação; ênfase exagerada em pontos teológicos avançados, que podem confundir os descrentes; ser informal demais, ou familiar demais no diálogo com o Todo-Poderoso; expressão exageradamente sentimental da experiência cristã; demonstração inapropriada de "humildade" ministerial, ou autoflagelação verbal; emprego da primeira pessoa do singular; falta de noção da ocasião, tornando a oração inespecífica, genérica, servindo tanto para uma ocasião quanto para qualquer outra." >>> http://9marks.org/article/thirty-two-principles-public-prayer/ )concordo com cada palavra, mas não estou convencido que a solução seja o abandono do padrão estabelecido pelos pastores teólogos de Westminster. Em lugar disso penso que o melhor seria, àqueles que fazem orações públicas, aprimorarem-se através da leitura sistemática de obras como, p. ex., 1) A Method for Prayer - Matthew Henry (>>> http://www.amazon.com/A-Method-Prayer-Classic-Reprint/dp/1440072418) e 2) The Valley of Vision: A Collection of Puritan Prayers & Devotions - Arthur Bennett (Editor) (>>> http://www.amazon.com/The-Valley-Vision-Collection-Devotions/dp/0851512283), não excluindo a possibilidade deles escreverem as próprias orações para serem lidas por eles no Culto. Outra providência que acho recomendável é a inclusão dos "... elementos normais da oração (invocação, adoração, confissão e absolvição, ação de graças, súplica e intercessão), como sugerido no Diretório do Culto Público de Westminster. ...".
Entretanto, apesar do autor revelar sua preferência pelo livro anglicano como guia litúrgico ("... Na minha opinião, é lamentável que o Diretório do Culto Público de Westminster tenha suplantado a liturgia de Knox e imposto a oração extemporânea, ao prescrever instruções detalhadas quanto ao conteúdo da oração sem oferecer quaisquer formas que pudessem ser utilizadas. De fato, essa rigidez puritana não funcionou bem na Escócia. Ao aprovar o Diretório, a Assembleia Geral de 1645 proibiu qualquer crítica ao Livro de Ordem Comum de Knox, bem como o "condenar (...) as práticas legítimas (...) que foram adotadas desde o início de nossa Reforma, como o uso do Credo Apostólico, do Gloria Patri e da Oração do Senhor". Se a Escócia não tivesse sido forçada a revisar seu culto público pelas pressões políticas oriundas do domínio de seu vizinho do sul, ela teria conservado o Livro de Ordem Comum, para maior riqueza de seu culto. ... "), não o vi recomendar explicitamente aos presbiterianos o abandono do padrão de Westminster. Ao invés disso ele 'elegante e sutilmente' diz que, em sua opinião: "... já passou da hora de espanarmos o pó de nossos exemplares do Livro de Ordem Comum de Knox, de atualizarmos seu vocabulário e permitir que sua digna e benéfica influência se faça sentir uma vez mais na condução do culto público em nossas congregações." E emenda: " Para enriquecer e informar nossa oração pública, faríamos bem em ler e refletir sobre seu antecessor mais amplamente disponível, o Livro de Oração Comum.".
Ter um padrão de fé nos garante critério para "examinar tudo e reter o bem" (1Ts 5:21 >>> https://www.bibliaonline.com.br/acf/1ts/5). E o meu padrão, bastante provado e ainda não superado, continua sendo aquele definido (na redação dos documentos originais) pelo glorioso sínodo (Assembléia) de Westminster do século XVII."

DIRETÓRIO DE CULTO DE WESTMINSTER ~ PREFÁCIO {PAGINAS 23 E 24}

"No início da bendita Reforma, nossos antepassados sábios e piedosos cuidaram de apresentar uma ordem para o desagravo de muitas coisas, que eles, na época, descobriram pela Palavra ser vãs, errôneas, supersticiosas e idólatras, no Culto Público a Deus. Isso fez com que muitos homens piedosos e letrados se alegrassem muito no Livro de Oração Comum apresentado naquela ocasião; Porque sendo removidos a missa e o restante do culto em Latim, o Culto Público foi celebrado em nossa própria língua, muitos dentre o povo comum também receberam o benefício de ouvir as Escrituras lidas em sua própria língua, que antes lhes eram como um Livro que está selado. 

Entretanto, uma experiência longa e triste tornou manifesto que a liturgia usada na Igreja Anglicana, (apesar dos cuidados e intenções religiosas dos compiladores) já provou ser uma ofensa, não só para muitos dos piedosos deste país, mas também para as Igrejas Reformadas no estrangeiro. Pois, para não falar em insistir na leitura de todas as Orações, que aumentaram muitíssimo o peso dele; as muitas improfícuas e pesadas cerimônias nele contidas têm ocasionado muitos problemas, tanto inquietando as consciências de muitos piedosos ministros e outros, que não conseguiam se entregar a elas, como privando-os das ordenanças de Deus, que não podiam gozar sem que se conformassem ou subscrevessem àquelas cerimônias. Vários bons cristãos foram assim barrados da Ceia do Senhor; e diversos ministros capazes e fiéis excluídos do exercício de seu ministério (para o perigo de vários milhares de almas, numa época de tão grande falta de pastores fiéis) e destituídos de sua subsistência, para ruína deles e de suas famílias. Prelados e seus partidários têm trabalhado para erguer a estima dele [o Livro de Oração Comum] a tais alturas, como se não houvesse nenhum outro culto, ou modo de cultuar a Deus entre nós, mas só o livro do culto, para grande impedimento da pregação da Palavra, e (em alguns lugares, especialmente nestes últimos tempos) empurrando-a para fora, como desnecessária; ou (na melhor das hipóteses) como muito inferior à leitura da Oração Comum; esta última tendo sido feita nada melhor do que um ídolo por muitas pessoas ignorantes e supersticiosas que, agradando-se a si próprias com sua presença naquele culto, e o trabalho de sua voz em estarem tomando parte nele, têm se endurecido em sua ignorância e descuido do conhecimento da salvação e da verdadeira piedade.

Enquanto isso os papistas gabavam-se de o Livro ter concordância com eles em grande parte de seu culto, e assim foram não poucos confirmados na superstição e idolatria deles, esperando mais que voltássemos a eles, do que buscando a Reforma de si próprios; em qual expectativa foram ultimamente muito incentivados, quando, com a pretendida legitimidade de impor as cerimônias anteriores, novas cerimônias eram impostas a cada dia sobre a Igreja."


[Http://www.challies.com/reading-classics-together/pray-like-a-puritan]

PRAY LIKE A PURITAN


TIM CHALLIES

Over the past few weeks Dr. Joel Beeke and I have been teaming up to work our way through a portion of his massive new work A Puritan Theology. We have not been reading the whole book, but just the final eight chapters which deal with practical theology, the “so what?” of systematic theology.
This week we read chapter 54 which discusses the Puritans and prayer. I asked Dr. Beeke a few questions related to the Puritans and the way they prayed.
TC: The Puritans are known today for the importance they placed on corporate worship and family worship. Would they also have integrated private worship (or personal devotions) into their lives? What would that worship have consisted of?
JB: The Puritans saw personal devotions as the root of family and public worship.The Directory for Family Worship actually begins by commending “secret worship” as “most necessary” where each individual devotes himself “to prayer and meditation” as a special means of “communion with God.” Pastors and fathers, it said, should exhort “persons of all sorts to perform this duty morning and evening.”
The chief elements of personal devotions are meditation on the Word and prayer to God. Meditation feeds the soul with the Word for each day of serving God. Thomas Manton said, “He that labors must have his meals, otherwise he will faint. Painted fire needs no fuel.” John Cotton said, “Feed upon the Word, and that makes [us] to rejoice in the Word.”
TC: Matthew Henry wrote a very popular book on prayer and among his first directions was “begin each day with God.” What might the Puritans have said if someone suggested that the Bible does not command daily devotions or daily private worship?

JB: Manton said, “Though there be not an express rule particularly set down how often we should be with God,” yet God’s commands and calls to prayer “are very large.” He pointed out that the Word commands us to “pray without ceasing” (1 Thess. 5:17) and to be “praying always” (Eph. 6:18). This implies a continual habit of prayer, and also set times especially devoted to prayer. He offered us the examples of David (Ps. 55:17) and Daniel (Dan. 6:10), both of whom prayed three times a day. It is true that we can shoot up sudden prayers (Neh. 2:4) in the middle of our ordinary work. But we must also “strive” in prayer (Rom. 15:30), which implies a longer time given exclusively to prayer. Some of those longer prayer times are with the family or with the church, but Christ taught us especially to pray alone in a secret place (Matt. 6:6), and in that same context to pray “daily” (Matt. 6:11). We should not view prayer as a mere religious performance, asking, “How often do I have to do it?” Instead, Manton said that prayer is the conversation of “a loving soul with God,” and “acts of friendship and communion must not be rare and unfrequent, but constant and often.” He wrote, “If we have a love to God, we cannot keep long out of God’s company, but will be with him pouring out our hearts to him.”
TC: There has been much talk in the Christian world lately about the importance of praying Scripture. Yet the Puritans were doing this centuries ago. How and why would they use Scripture to pray?
JB: The Reformation was not just a return to biblical doctrine, but also a return to biblical spirituality. One scholar writes, “For Luther, the reformation was about how the church prays.” Luther encouraged people to leave behind the medieval preoccupation with saints and mindless repetition in prayer, and to return to simple, heartfelt prayers based on the Psalms and the Lord’s Prayer. As the Reformation proceeded through men like John Calvin and the Puritans, God renewed an interest in allowing God’s Word to direct both how we pray and what we pray.
The Puritans prayed out of hearts saturated with Scripture. They especially delighted in turning promises into prayers. William Gurnall said, “Prayer is nothing but the promise reversed.” He also said, “The mightier any is in the Word, the more mighty he will be in prayer.” This pattern of praying the Scriptures culminated in Matthew Henry’s book, A Method for Prayer, where he collects hundreds of Scriptures under different headings to guide the Christian in prayer.
TC: What are some of the best Puritan resources to turn to if we would like to learn to pray better?
JB: Two accessible little books in the Puritan Paperback series are Thomas Brooks, The Secret Key to Heaven, and John Bunyan, Prayer. You can still find some copies of the out-of-print, The Puritans on Prayer, which includes writings by John Preston, Nathaniel Vincent, and Samuel Lee.
For praying the Scriptures, see the Matthew Henry book I just mentioned. For inspiring samples of Puritan prayers, see The Valley of Vision, edited by Arthur Bennett.
You can also find a good introduction to the Puritans on prayer in the book I edited with Brian Najapfour, Taking Hold of God: Reformed and Puritan Perspectives on Prayer. Rev. Najapfour has also published The Very Heart of Prayer: Reclaiming the Spirituality of John Bunyan, and Jonathan Edwards, His Doctrine of and Devotion to Prayer.
Of course, the Puritans would tell us that the most important book on prayer is the Bible!